O Brasil vai exigir, a partir de 2020, o teste de colisão lateral para autorizar a venda de carros no país. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (22) pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
A exigência valerá primeiro para modelos inéditos, a partir de 1º de janeiro de 2020. A partir de 2023 será estendida a todos os carros novos.
Atualmente, as montadoras só são obrigadas a comprovar que os veículos novos passaram por testes de impacto frontal e traseiro. O teste lateral é exigido nos Estados Unidos e na Europa.
Onix e Ka levaram zero
Em provas independentes do Latin NCap, organização que testa carros produzidos na América Latina, modelos brasileiros têm ido mal no impacto lateral. Ele se tornou padrão para a entidade em 2016 e o primeiro carro nacional a ser testado foi o Chevrolet Onix, o que mais vende no Brasil.
Por causa dele, o Onix ficou com zero estrela para a proteção de adultos. Em teste anterior, de 2014, quando o Latin NCap só realizada a batida frontal, o hatch tinha conquistado 3 estrelas.
Outro que zerou no teste foi o Ford Ka, que também figura entre os mais vendidos. O Fiat Mobi ficou com apenas 1 estrela, também pelo mau desempenho no teste lateral.
Parte dos carros produzidos nos últimos 5 anos já conta com algum reforço nas portas, normalmente, por barras de aço de alta resistência montadas no interior da lataria.
Como será o teste?
Como poucas montadoras têm laboratório para “crash-test” no país, o governo aceita que sejam apresentadas documentações de testes feitos no exterior, desde que em laboratórios certificados.
Pelos parâmetros definidos pelo Contran, passarão a ser exigidos 2 testes de impacto lateral: um de batida perpendicular ao veículo e outro de impacto com ângulo de 63° graus em relação ao eixo longitudinal do veículo.
Na colisão perpendicular, o veículo deverá ficar parado enquanto recebe o impacto de uma barreira deformável de 950 kg a 50 km/h.
No teste do Latin NCap, a barreira se desloca na mesma velocidade, mas tem 850 kg.
No caso da colisão a 63° graus de inclinação, a velocidade da barreira deformável deve ser de 53,6 km/h.
Para ser aprovado, o carro não pode abrir as portas devido ao impacto. Depois da colisão, precisa estar em condições para que os passageiros possam sair pelas portas. E nenhum componente do habitáculo (onde ficam os ocupantes) deve se soltar de modo que possa ferir quem está dentro.
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