MTE Responde 48 – Linha Moto
Hoje, nossa quadragésima oitava dica é para explicar como resolver com certeza o defeito apontado como sendo na sonda lambda da moto
Agilidade e precisão na detecção da causa de um defeito na motocicleta sempre foram essenciais no ramo de assistência técnica de motos, todo diagnóstico depende de conhecimento teórico e prática de oficina, essas são verdades inquestionáveis (ao menos no meu ponto de vista).
Como se não bastasse, além destas competências necessárias descritas acima, na oficina sempre há situações complicadas para resolver. Podemos enumerar essas circunstâncias da seguinte maneira: prazo de entrega da moto, compromisso com qualidade da peça de reposição. Então como equacionar essas variáveis?
Esta dica tem três objetivos:
Ajudar o reparador entender o funcionamento do sensor de oxigênio.
Apresentar ao reparador os possíveis sintomas de defeitos na motocicleta ocasionados por falhas na sonda lambda.
Propor técnicas de diagnósticos com objetivo de eliminar as causas dos possíveis defeitos.
Para complementar nosso conhecimento apresentaremos uma tabela com códigos de peças de reposição elaborada pela MTE THOMSON, que é fabricante de componentes para injeção eletrônica. Ter um canal para aquisição de peças agilizará o andamento do serviço na oficina, por isso além do balcão de motopeças o reparador que pretende adquirir o sensor de oxigênioassim como outros componentes da injeção eletrônica, pode recorrer aos mercados disponíveis na internet ou site do fabricante.
São alternativas para que a moto não fique na bancada aguardando a peça por muito tempo.Com esses conhecimentos podemos tornar o serviço eficaz, e assim será possível ter uma oficina rentável que satisfaça o cliente. Inicialmente iremos analisar a motocicleta Fazer 250.
Entendendo o sensor de oxigênio
Na Fazer o sensor de oxigênio, também conhecido como “sonda lambda” ou “sensor lambda”, está localizado no escapamento logo após a primeira curva. Na Lander 250 a peça fica um pouco mais à frente.
O correto funcionamento do sensor lambda contribui para a melhoria contínua da qualidade do ar, pois o sensor analisa os gases através da quantidade de oxigênio presente no interior do escapamento. Essa informação é vital para que a unidade de controle da injeção eletrônica (ECU ou ECM) determine o volume exato de combustível a ser injetado no motor, assegurando um bom funcionamento, redução de emissões e economia de combustível. No sistema flex (álcool e gasolina) o sensor viabiliza que a central eletrônica reconheça qual o combustível ou a proporção de ambos que está sendo queimada no motor, assim o ajuste da mistura será otimizado.
Como todo componente da motocicleta, o sensor de oxigênio não deve ser alterado ou retirado do sistema de injeção eletrônica. A eliminação do sensor pode ser entendida como uma agressão ao meio ambiente, deixando a motocicleta em desacordo com as características originais de fábrica, tornando o veículo sujeito às penalidades da legislação que podem ser verificadas numa inspeção veicular de emissões.
A ausência ou falha no funcionamento do sensor de oxigênio ocasionará alterações no funcionamento do motor e danos no catalisador. A utilização de escapamentos esportivos (não originais) poderá trazer implicações de instalação e funcionamento do sensor.
Caso haja a necessidade da instalação de um escapamento esportivo ou de um escape não original, é conveniente procurar uma marca certificada na qual o fabricante assegure o funcionamento correto da motocicleta e que não altere emissões de gases e ruídos.
Descrição e funcionamento do Sensor
Na Fazer 250 componente é composto por quatro fios que contam com o auxílio de uma resistência elétrica, o funcionamento do sensor só se torna ativo quando sua temperatura está acima dos 300ºC. Para tornar a sonda mais eficiente, a resistência elétrica acelera o aquecimento da peça, assim seu funcionamento será instantâneo, por isso é conhecida como sonda ”pré-aquecida”.
O sensor lambda resiste ao trabalho em alta temperatura, porém como toda peça tem uma vida útil e depende de cuidados simples como abastecimento com combustível de boa qualidade, e também da regularidade nas revisões periódicas da motocicleta estabelecidas pelo fabricante do modelo.
Autodiagnóstico da motocicleta
Algumas panes no sensor de oxigênio serão apontadas através da luz da injeção que fica no painel da motocicleta, a identificação ocorre por meio do número de piscadas correspondentes (código 24, sendo duas piscadas longas e quatro rápidas, que o simbolizam).
Sintomas de mau funcionamento na motocicleta que podem indicar defeitos no sensor de oxigênio, vejamos os sintomas:
Consumo de combustível acima do normal;
Aumento nas emissões de poluentes;
Queda no rendimento do motor;
Falhas de funcionamento do motor.
No geral o sensor lambda defeituoso pode ocasionar o mau funcionamento na motocicleta, mas a causa do defeito no sensor deve ser investigada e eliminada.
Portanto, apenas substituir o sensor de oxigênio defeituoso não soluciona por completo o problema. A causa do defeito pode estar no motor, no tempo de uso da peça, combustível ou falta de manutenção da motocicleta.
Prováveis causas de panes no funcionamento do sensor lambda
Falha de conexão elétrica do sensor;
Falha na instalação do sensor;
Falhas na fiação principal da motocicleta;
Problemas na ECU, ou pinagem da ECU.
Outras causas de defeitos no sensor de oxigênio: Vale lembrar que o correto funcionamento do sistema de injeção eletrônica depende da condições da bateria da motocicleta. Para a Fazer 250 é recomendado que a tensão esteja ao menos com 12,8 V a 20°C.
O sensor pode ter falhas mecânicas relacionadas a batidas, até porque em algumas motocicletas o sensor fica localizado na frente do motor (exceto Lander 250), logo o componente fica exposto a jatos de areia e água proporcionados pela roda dianteira da motocicleta.
Contaminação do Sensor Lambda
Prováveis causas de contaminação do sensor: Dependendo do nível de contaminação, o sensor lambda poderá ficar inoperante, neste caso não há recuperação da peça, a solução será a troca e a eliminação da causa da contaminação.
Qualidade do combustível;
Motor queimando óleo;
Falhas de ajuste da mistura ar/combustível (Mistura rica);
Infiltração de líquido de arrefecimento (motocicletas arrefecidas a água).
Diagrama elétrico do sensor lambda
Observe o diagrama do sensor, entender a parte elétrica do sensor lambda facilitará os diagnósticos. Os fios branco e azul correspondem ao sensor de oxigênio, os fios pretos são da resistência elétrica (aquecedor).
Avaliação da resistência do aquecedor da sonda lambda (conector do sensor desligado)Passo a passo para avaliação do sensor de oxigênio
Passo 1 – Com o motor em temperatura ambiente (frio) e o auxílio de multímetro meça a resistência do aquecedor entre os terminais (preto-preto) do conector do sensor.
Conclusão: A resistência do aquecedor do sensor lambda deve estar entre: 11,7 Ω a 15,5 (20°C).
Caso obtenha um valor diferente do especificado substitua a sonda.
Avaliação da variação de tensão do sensor de O2 (com o conector do sensor ligado)
Passo 1 – Com a ferramenta de diagnósticos da injeção eletrônica ajuste o gás de exaustão (CO) em 0 (zero). O ajuste também pode ser executado com auxílio de scanner multimarcas. (a ferramenta de diagnósticos é necessária na Fazer versão gasolina, na versão flex a função ajuste de “CO” pode ser acessada diretamente no painel da motocicleta)
Passo 2 – Ligue a motocicleta, mantenha o motor sob a condição de arrefecimento, coloque um ventilador na frente do motor para evitar o calor excessivo. Evite a inalação dos gases de escapamento, execute o serviço em local arejado.
Passo 3 – Após o aquecimento do motor, faça a medição, utilize um multímetro na escala (DC 20), meça a tensão do sensor entre os terminais azul (+) e branco (-)
Após o aquecimento do motor, a tensão de saída do sensor deverá oscilar rapidamente entre 0,01V – 1,00 V. Esse resultado indica que a peça estará em boas condições de uso. A peça deverá ser substituída caso não haja tensão (V) ou o valor obtido no multímetro estiver travado (não oscilar).
Dica: A substituição do sensor não garante que a causa do defeito tenha sido eliminada. O mesmo defeito poderá ocorrer após substituição da peça. É necessário identificar e eliminar a provável causa.
Texto extraído originalmente do site Jornal Oficina Brasil:
Nota: Recomendamos que a verificação, diagnóstico e o serviço sejam elaborados sempre por um profissional experiente e especializado.
Esta série de dicas foi elaborada pelo nosso Consultor Técnico, especialista no assunto, Paulo José de Sousa.
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Cursos Linha Moto – Oficina do Saber
Para saber mais sobre diagnóstico e resolução de problemas, temos à disposição 7 cursos para a Linha Moto que abrangem Sensores Lambda (motocicletas Honda), Reinicialização do ECM (motocicleta Honda Titan Mix), Sensor de temperatura motor EOT, Diagnóstico do sistema de injeção PGM-FI, Sensor tríplex, Sensores Lambda (motocicletas Yamaha 250cc), Módulo de controle do motor ECM Honda Titan 150.
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