Panes na injeção eletrônica da Fazer 250 podem ser causadas por falhas no sensor híbrido
Na matéria anterior falamos do mau contato no sistema eletroeletrônico das motocicletas, essas falhas podem sugerir a troca de componentes da injeção eletrônica sem a devida necessidade.
Nesta 50ª dica, o nosso foco está na substituição do sensor híbrido da Fazer /Lander 25 e trouxemos alguns diagnósticos e procedimentos para a instalação e a verificação da posição da borboleta de aceleração.
O sensor híbrido também é conhecido como sensor Triplex, trata-se de um conjunto de três sensores em uma peça única instalado no corpo de borboleta de aceleração.
Piscadas na luz de injeção podem indicar defeitos no sensor híbrido, o painel da motocicleta faz a advertência de mau funcionamento da injeção eletrônica. Os códigos corresponderão ao componente defeituoso. O sinal luminoso orientará o reparador nos caminhos iniciais que deve seguir para identificar a causa do defeito, e assim se necessário providenciar a troca do componente.
É bom lembrar que algumas verificações de falhas de contato serão sempre necessárias para ter certeza de que o sensor apresenta algum defeito em um de seus componentes.
Nas motocicletas 250 há diversas análises que devem ser muito bem elaboradas, e assim diagnosticar que há um defeito real no sensor, até porque o híbrido não é vendido no balcão da concessionária. De acordo com o catálogo de peças do fabricante o componente só é fornecido em conjunto com o corpo de borboleta de aceleração.
Mas não há motivo para o desânimo, a boa noticia é que a MTE-THOMSON produz o sensor híbrido para as motocicletas Fazer e Lander 250 e outras motos da marca. Veja abaixo a tabela com os códigos de peças da MTE.
O sensor com defeito pode ocasionar marcha lenta instável, ligeiro aumento no consumo de combustível, interrupção do funcionamento do motor, falhas e outros sintomas. Sintomas de mau funcionamento na motocicleta decorrem de panes no sensor híbrido
O híbrido é composto de três sensores: sensor da pressão do ar da admissão (MAP), sensor de posição da borboleta de aceleração (TPS) e sensor de temperatura do ar da admissão.
Causas prováveis de defeitos no sensor híbrido: Os sensores que compõe o híbrido são monitorados pela ECU, com base nas informações fornecidas a central eletrônica analisa a variação da pressão do coletor de admissão, posição do acelerador e temperatura do ar da admissão. Esses dados são necessários para a ECU efetuar cálculos e ajustes na injeção de combustível, também são parâmetros de diagnósticos do híbrido.
Entrada de ar ocasionada pela falha na vedação;
Infiltração de água ou sujeiras;
Trincas na carcaça do sensor;
Defeito em um dos sensores da unidade;
Falha de instalação.
Autodiagnose da injeção eletrônica
Na Fazer versão Flex, os códigos correspondentes aos defeitos no sensor híbrido serão indicados no display de cristal líquido do painel da motocicleta.
Na Fazer versão gasolina a indicação do defeito presente é dada por meio de piscadas na luz de alerta da injeção eletrônica localizada no painel.
A estratégia de piscadas ocorre da seguinte forma: 1 piscada longa equivale a “10”, a piscada rápida será equivalente a “1”, e assim serão intercaladas as piscadas correspondentes a um ou mais defeitos registrados na ECU.
Sensor de pressão no coletor de admissão – MAP Componentes do sensor Híbrido
O componente faz o monitoramento da pressão diretamente no coletor de admissão do motor. Como dissemos anteriormente as informações fornecidas ao módulo do motor (ECU) servem de parâmetros para os cálculos de ajuste da mistura.
Funcionamento irregular no MAP
Se a estratégia do autodiagnóstico da motocicleta for por meio de piscadas, o defeito será convertido em piscadas na luz de advertência do painel e serão indicadas pelos códigos “13” e “14”, correspondendo ao sensor MAP, ex.: o código “13” corresponderá a uma piscada longa e três piscadas rápidas (curtas).
Sensor de posição da borboleta de aceleração – TPS
O TPS (“Throtthe Position Sensor”), monitora a posição do acelerador por meio do ângulo de abertura da borboleta. As relações de mudanças no posicionamento da borboleta no abre e fecha do acelerador ajudam a ECU calcular o volume de ar do motor para o ajuste da mistura. Falhas no TPS serão indicadas pelo código “15”.
Sensor de temperatura do ar de admissão
Mede a temperatura do ar da admissão, a densidade do ar varia em função da mudança de sua temperatura, por isso é necessário uma compensação no volume da injeção. À baixa temperatura é necessário um volume maior de combustível para o motor. Falhas no sensor serão indicadas pelo código “16”.
Substituição do sensor híbrido
O procedimento de acesso ao sensor é um pouco complicado e dispendioso, por isso há reparadores que optam pela substituição do sensor sem a remoção do corpo de borboletas. Apesar de ser mais rápido, não recomendamos este método, graças a passagens de cabo e mangueiras serão necessárias manobras para a remoção e instalação da unidade, por isso, há riscos de danos do sensor híbrido.
Remova o banco, carenagens e reservatório de combustível. No corpo de borboleta solte: cabos do acelerador, abraçadeiras dos coletores, conectores dos sensores, atuadores e remova o corpo de borboleta. Limpe os coletores e em seguida coloque um pano para que não caia nenhum objeto dentro do motor. Procedimento de remoção do corpo de borboleta de aceleração.
Retire o sensor híbrido, aproveite para dar um “trato” no corpo de borboleta, em seguida instale o novo híbrido com novos anéis de vedação. Proceda a montagem da motocicleta na ordem inversa a desmontagem.
Procedimento de verificação e ajuste da posição da borboleta de aceleração
Após a troca do híbrido e instalação do corpo de borboleta na motocicleta é necessário conferir o ângulo de posição da borboleta, o procedimento deve ser realizado com a ferramenta de diagnóstico “scanner”, na Fazer versão flex não há necessidade do scanner, a verificação será realizada no painel da motocicleta.
No menu de opções da ferramenta de diagnóstico vá para a opção D01 do modo “Diag” e verifique o ângulo da borboleta nas condições: acelerador fechado e acelerador aberto. O procedimento é válido para diagnósticos do “TPS” e também para ajuste da posição da borboleta. Os valores de referência dos ângulos de abertura da borboleta de aceleração serão dados em graus.
Valores padrão para diagnósticos:
Acelerador fechado: 15 a 18 graus.
Acelerador aberto: 94 a 99 graus.
A verificação da posição da borboleta é necessária, alguns reparadores equivocados podem alterar a rotação de marcha lenta da motocicleta pelo parafuso batente da borboleta, nessa condição o TPS funcionará fora do ponto de leitura do ângulo. Se os valores de ângulo indicados no scanner forem diferentes do padrão reposicione a borboleta pelo parafuso batente (1). Nessa motocicleta a aceleração deverá ser ajustada no parafuso de regulagem de marcha lenta (2).
Após a substituição do sensor híbrido vá para a opção “D062” e remova o defeito memorizado na ECU. Na Fazer Flex a visualização do diagnóstico “D062” pode ser feita pelo diretamente no painel.
Fonte: Paulo José de Sousa – Consultor Especialista em Moto – Jornal Oficina Brasil
06/04/20
Link original: https://www.oficinabrasil.com.br/noticia/motos-e-servicos/panes-na-injecao-eletronica-da-fazer-250-podem-ser-causadas-por-falhas-no-sensor-hibrido
Nota: Recomendamos que a verificação, diagnóstico e o serviço sejam elaborados sempre por um profissional experiente e especializado.
Esta série de dicas foi elaborada pelo nosso Consultor Técnico, especialista no assunto, Paulo José de Sousa.
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